segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Muita Areia Pro Meu Caminhãozinho

Ih, ele é muita areia pro meu caminhãozinho! Cansei de dizer quando era mais nova. Quando a insegurança tomava conta de mim ou, pelo menos, era mais forte do que o orgulho.

Quando a maturidade foi chegando e a insegurança foi ficando pra trás, em alguns momentos o orgulho assumiu o controle e me achei muita, muita areia pro caminhãozinho de uns e outros aí.

Quantas vezes pensamos: O que ele viu nela? Essa aí nunca vai dar bola pra você. Não, ele é demais pra mim. Ela só pode estar com ele por dinheiro. Será que algum dia ele vai me notar? E por aí segue uma lista sem fim de perguntas e observações sobre casais, formados ou imaginários mundo afora.

Mas, o que acontece, é que ninguém é demais pra ninguém. Embora muitos não possam ver, todos nós temos defeitos e qualidades. Todos temos um encanto, mais ou menos secreto, por assim dizer. E todos temos um lado obscuro.

E, claro, o desejo também tem os seus mistérios. Não há padrão ou previsão para aquilo que o desperta em nós.

Sorte daqueles que conseguem deixar o orgulho de lado, enxergar além das aparências e encontrar o encanto de alguém. Um pouco de humildade nunca fez mal. E sábios são aqueles que, ao perceberem os defeitos do outro, ponderam se vale a pena deixá-los de lado para viver um grande amor e, claro, concluem que sim, vale a pena. Sempre vale a pena.

Então, sabe, não sou areia demais para absolutamente e ninguém. E, por outro lado, também não há nada que este caminhãozinho aqui não aguente!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O Papel de Cada Um

Não quero soar oportunista, mas a recente tragédia na Região Serrana do Rio do Janeiro tem dado o que falar. E o que pensar também.

Por várias vezes fomos vítimas das chuvas, por conta de deslizamentos e enchentes, e parece que tragédias assim, em maior ou menor grau, irão continuar se repetindo ao longo dos anos. E, toda vez que algo assim acontece, falamos na falta de políticas públicas para cotenção das encostas e para evitar alagamentos. Na irresponsabilidade dos políticos que ano após ano permitem que o pesadelo se repita.

É claro que existe a responsabilidade dos governantes, mas e a nossa? Mesmo que se faça contenção de encostas e que as galerias pluviais sejam limpas e melhoradas, enquanto nós não fizermos nossa parte, de nada adiantará.

Enquanto houver gente construindo suas casas em áreas de risco, desmatando, destruindo, o risco de deslizamentos estará lá. Enquanto houver gente jogando papel, plástico, garrafas, no meio da rua, o escoamento de água vai ser prejudicado. Enquanto jogarem sofás, caixotes, lixo de toda espécie nos rios, eles transbordarão. E ninguém será capaz de evitar uma nova tragédia.

Precisamos tratar nossa cidade como se ela fosse nossa casa e não uma grande lixeira.

Criar toda uma estrutura que funcione bem pode ser dever dos governantes. Mas cuidar da cidade, mantê-la limpa e arrumada, certamente é dever de cada um de nós.

Então, na próxima enchente, antes de reclamar do governo, tente se lembrar daquele papel de bala que você jogou pela janela do carro, do panfleto que você pegou na esquina só para jogar no chão em seguida, do chiclete cuspido em qualquer lugar, das guimbas de cigarro jogadas por aí, dos copos e garrafas PET que você foi incapaz de jogar numa lixeira de deixou ali mesmo, no chão. Parabéns, você provavelmente já fez sua contribuição para um alagamento.

Cada um de nós tem um papel na sociedade e, como numa engrenagem, quando todos trabalham juntos, aí sim é que as coisas funcionam.

Vamos trazer a responsabilidade para nós, em vez de jogá-la sobre os outros.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Retrospectiva do Meu 2010

Em 2010...

Eu vivi coisas que nunca pensei viver e fiz coisas que nunca imaginei que faria.

Fui no Fashion Rio e conheci pessoalmente o Evandro Santo, uma pessoa que eu admiro demais, tanto pelo talento quanto pelo caráter. Pude dar um abraço gostoso nele, o que me deixa feliz até hoje. E tiramos uma foto.

Peguei peneumonia, achei que era bronquite, depois descobri que era depressão, na verdade.

Descobri a importância de reconhecer nossas fraquezas, de jogar a toalha e pedir ajuda.

Comecei a tomar antidepressivos, algo que nunca imaginei. Mas no remédio encontrei a força que precisava para lutar. Comecei a fazer terapia e descobri como isso era fundamental.

Resolvi me dedicar 100% ao trabalho e me revelei uma "bancária nata". Encontrei no trabalho uma realização pessoal, me desenvolvi, cresci, conquistei.

Tranquei a faculdade pra estudar para um concurso que me pareceu ser tudo o que eu queria na época. Desisti do concurso, larguei tudo e isso me pareceu a decisão mais acertada que eu podia tomar. E sou feliz por tê-la tomado.

Fiz 30 anos e comemorei meu aniversário com uma festa em homenagem ao Michael Jackson. Nem tudo saiu como o planejado, mas fiz a minha família dançar comigo a coreografia de Thriller e isso foi um sucesso absoluto.

Descobri novos amigos em pessoas que estavam ali, bem debaixo do meu nariz, mas eu ainda não tinha notado.

Tive boas notícias de pessoas que amo e péssimas notícias também.

Consegui, finalmente, adotar um dos meus "sobrinhos" da SUIPA e trouxe para casa a cachorrinha que passou a ser a luz da minha vida. Encontrei na Sophie todo o conforto pelo qual meu coração tanto ansiava. E aprendi com ela que sempre é possível um recomeço. Ela é a prova disso.

Finalmente, também, resolvi operar a miopia. Larguei os óculos e agora minha alma pode se expressar melhor através do meu olhar.

Resgatei uma vaidade que andava perdida em algum canto por aí. Comecei a usar maquiagem, pintar as unhas, me vestir melhor. E isso me fez resgatar minha autoestima, que nunca esteve assim tão perdida, mas que andava pelos cantos também.

Descobri que o amor sobrevive a qualquer turbulência.

Entendi a importância de saborear cada momento da vida, como se ele fosse uma iguaria raríssima à qual você nunca mais terá acesso. Porque assim é a vida. Os momentos passam e você nunca mais tem acesso a eles.

Aprendi que, se você tiver que escolher entre loucura e razão, fique com a primeira. A vida não foi feita para ser levada a sério.

Fui feliz, apesar dos momentos de tristeza. Me diverti muito. Aproveitei.

Então, seja bem vindo, 2011! Quero fazer um retrospectiva bem legal sobre você ano que vem.