quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Show da Madonna

Como não poderia deixar de ser, existe uma certa rivalidade entre os fãs da Madonna e do Michael Jackson. E, como boa fã do Michael Jackson que sou, tenho minhas implicâncias com a Madonna. Principalmente neste ano, quando ela saiu pelo mundo afora, toda linda e poderosa, numa turnê mundial, enquanto o Michael continua enfrentando as conseqüências de problemas do passado e é rotulado pela imprensa como "astro decadente".

Quando começaram os rumores de que a Sticky & Sweet Tour passaria pelo Brasil, algumas pessoas que conheço ficaram super empolgadas, cheias de expectativas e fizeram mil planos. Quando o show no Rio foi confirmado, recebi vários convites e recusei todos. Até parece que eu iria num show da Madonna!

O tempo foi passando, dezembro chegou e alguns conhecidos já estavam felizes da vida, com seus ingressos devidamente comprados. Então, no dia doze de dezembro – a sexta-feira antes dos shows – à noite, um grande amigo meu e fã da Madonna, insistiu para que fosse ao show com ele. Disse que ia comprar o ingresso pela internet, que a arquibancada era barata, ainda mais para nós, que pagamos meia-entrada. Eu estava começando a considerar a possibilidade de ir quando uma amiga nossa, que estava ali com a gente e tinha acabado de decidir ir, disse as palavras mágicas. Foi mais ou menos assim:

- Rê, eu to indo mais porque é a Madonna, né, e essa com certeza vai ser a última da turnê dela. Pelo menos, eu acho que ela não volta no Brasil... Então... Quando a gente vai ter a chance de ver a Madonna de novo???

Neste momento, tive uma iluminação. Era verdade, a mais absoluta verdade. Eu estava prestes a perder uma oportunidade única! E ainda tinha o fato de que, depois do show, o pessoal certamente iria ficar comentando como tinha sido maravilhoso e tal... e eu provavelmente me arrependeria de ter sido tão cabeça-dura. Então, decidi dar uma chance à Madonna...

Mas naquela sexta-feira meu amigo foi para casa depois da aula e eu e minha amiga saímos com outros amigos da faculdade. Não falamos mais sobre o show.

No sábado à tardinha, liguei para minha amiga para confirmar se ela ia mesmo no show. Ela disse que realmente queria ir, e combinamos que ela compraria nossos ingressos pela internet. Um tempo depois ela me ligou dizendo que o site estava com problemas e ela não conseguia efetuar a compra. E aí começou nossa aventura...

Liguei para o meu amigo e perguntei se ele já tinha comprado o ingresso. Ele também não tinha conseguido, então combinamos que ele continuaria tentando e compraria os de nós três quando conseguisse. Passado algum tempo, ele me ligou dizendo que o site estava impossível e que, então, ele tinha tentado comprar pelo telefone, mas a central de atendimento só funcionava em dias úteis. No final de semana, só na bilheteria do Maracanã. Pretendíamos ir no show de segunda, mas deixar para comprar no próprio dia era muito arriscado. Marcamos de nos encontrar às nove horas da manhã de domingo na porta do Maracanã.

Domingo, lá pelas nove e meia da manhã, estávamos os três reunidos em frente ao Maracanã, procurando a bilheteria. Perguntamos a uns organizadores que estavam por ali e fomos informados que estávamos no lugar certo, mas na hora errada: a bilheteria só abriria ao meio dia!

Depois de quase três horas em pé na fila, de muita paciência e expectativa, de sermos abordados por cambistas e pessoas tentando vender ingressos, contando histórias mirabolantes, finalmente chegou a nossa vez e compramos ingressos para a arquibancada central.

Fim da primeira aventura, hora de descansar e se preparar para o show.

Durante o domingo o tempo foi ficando cada vez mais feio e na hora do show foi aquela chuva horrorosa. Eu só ficava pensando "onde foi que eu me meti", porque me parecia óbvio que ia chover muito na segunda-feira também...

Então chegou segunda, dia quinze de dezembro, o dia em que eu, fã alucinada do Michael Jackson, iria no show da Madonna. Durante todo o dia, nuvens cinzentas iam e vinham pelo céu, ameaçando desabar num temporal a qualquer hora.

Combinamos de nos encontrar na casa do meu amigo, que é mais perto do Maracanã e sairmos juntos de lá. Um pouco atrasada como de costume, tomei o ônibus e enfrentei um dos maiores engarrafamentos que já vi, para chegar lá. Minha amiga vinha do trabalho e chegou em cima da hora também. Na casa do meu amigo, nos arrumamos, pegamos apenas o que precisávamos e, munidos de nossas capinhas de chuva, seguimos para o Maracanã. Mais engarrafamento.

Como já passava das sete horas, quando chegamos lá, não enfrentamos fila. Mas a ansiedade era cada vez maior e, meu Deus, que caminho é aquele que nunca chega ao fim?! Andamos um bocado até achar a tal arquibancada central. Então, nos acomodamos e curtimos o final da apresentação do DJ Paul Oakenford. Tudo perfeito a não ser por um pequeno problema: a arquibancada central não é tão central assim, e uma das torres de iluminação ficava bem na nossa frente, atrapalhando nossa visão do palco.

Já estávamos quase conformados quando uma conhecida, falando pelo celular, disse que também estava na arquibancada central e que a visão dela era ótima. Melhor ainda, havia lugares disponíveis para nós três! Pensamos, discutimos, decidimos deixar pra lá. Um tempo depois, o assunto voltou à tona, pensamos de novo, avaliamos a situação, discutimos mais um pouco, e resolvemos arriscar mudar de lugar.

Depois de um tempão procurando a menina, vem a revelação: ela tinha se confundido. Estava sentada, na verdade, na cadeira central. Por isso sua visão era tão boa... Sem ter como voltar aos nossos lugares originais, decidimos ficar em pé mesmo, mas bem na parte central do corredor que leva às arquibancadas. Acabamos ficando um pouco mais longe mas, em compensação, ficamos bem de frente para o palco, sem nada para atrapalhar nossa visão.

Durante todo esta confusão, desde que chegamos, o tempo se fechava cada vez mais. O céu escureceu de repente e uma nuvem cinza e carregada pairava sobre o Maracanã. Eu tinha certeza de que ia chover muito e, apesar de estarmos protegidos numa área coberta, o show seria prejudicado.

A Madonna se atrasou mais de uma hora e a noite já estava bem escura quando vimos que o show finalmente ia começar. Foi então que olhei para o céu e, ainda não sei explicar como, percebi que todas aquelas nuvens haviam desaparecido e não havia mais sinal de chuva.

Por volta das nove e quarenta Madonna pisou no palco e deu início a um dos melhores shows que já vi. Ela parecia muito animada, conversou com a platéia, brincou, agradeceu pelas nossas preces para que não chovesse.

E eu estava emocionada e nervosa, como uma fã... Feliz por estar vivendo aquela experiência, por estar vendo a Madonna ao vivo, mesmo que tão de longe, achando o máximo cada coisa que ela fazia... Não dá pra negar que a mulher é boa no que faz. E que tem carisma. E, mais ainda, que o título de Rainha do Pop é mais do que merecido.

Acho que vou acabar virando fã da Madonna também....

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