sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Dia em Que as Louras Ganharam um Fã

O quinto período finalmente tinha acabado e mal podíamos acreditar. Depois de aulas arrastadas, matérias incompreensíveis e professores... bom, melhor deixar pra lá. Enfim, depois de um período que foi complicado para todos nós, enfim havia chegado o último dia em que precisaríamos pisar na faculdade. Pelo menos, até o próximo ano.

Decidimos que esse dia merecia uma comemoração. E que precisávamos sair para dançar, para extravasar a tensão da prova final. Mesmo debaixo da chuva fina que insistia em cair, nos reunimos na porta da faculdade e seguimos para um bar aonde vamos de vez em quando, que tem uma pista de dança no segundo andar.

Chegando lá, o lugar estava lotado, cheio de reservas. O que estava acontecendo naquela sexta-feira? Será que o mundo inteiro fazia aniversário naquele dia?

Arrumamos um cantinho para nossas bolsas e começamos a dançar espremidos num corredor. E foi aí que começou... As pessoas passavam por entre a gente, pisando no pé, empurrando... e, vez ou outra, um engraçadinho falava alguma coisa. E no meio de tudo que ouvimos, surgiu uma pérola que rendeu a noite toda...

Duas das minhas amigas, louras e lindas, estavam dançando juntas quando um tiozinho sem noção virou para elas e disse algo como "o amor é lindo". As duas começaram a rir na mesma hora. Assumindo que o cara tinha achado que elas eram um casal, começaram a brincar, dançando juntas e fazendo poses, para gargalhada geral.

O tempo passou e conseguimos mudar de lugar. Fomos para um ponto mais vazio da pista, onde podíamos dançar normalmente, sem que ninguém pisasse nos nossos pés, e longe da vista do tal tiozinho. Pelo menos, foi o que pensamos. As louras já respiravam aliviadas quando surge ele, aquele homenzinho de uns cinqüenta anos, um metro e meio de altura, gorduchinho, de blusa branca aberta no peito, bigodinho e cavanhaque, se sentindo O sex symbol e olhando fixamente para elas.

Uma das louras, sortuda, tem um namorado que não tardou a chegar para salvá-la daquela criatura sem noção. A outra, coitada, foi escolhida como vítima e sofreu assédios a noite inteira! Conforme íamos dançando e nos movendo pela pista, o tio mudava de lugar, buscando um jeito de nunca perdê-la de vista. A coisa era tão "sutil" – com ironia, por favor – que a figura nem fingia dançar e conseguiu a proeza sair em praticamente todas as fotos que tiramos!

Lá pelas tantas, ele me chamou... Eu, que já sou mal humorada com desconhecidos, fiz de tudo para deixar bem claro que não queria assunto com ele. Ainda assim, ele fez questão de me dizer que a minha amiga ficava linda de cabelo preso. Sem saber muito bem o que dizer, dei de ombros e respondi: "ué, fala pra ela". Nem preciso dizer que me arrependi imediatamente, né? Imagina se ele resolve mesmo falar? Coitada... Pelo menos, até então, ele só estava olhando... Mas ele não falou nada. Preferiu continuar olhando de longe.

A loura do namorado acabou indo embora mais cedo e, com seu guarda-costas particular, já estava livre do tiozinho. Mas a outra loura teve que agüentar até o fim...

Quando resolvemos ir embora, já tínhamos perdido o tiozinho de vista. Pagamos nossas comandas e descemos para ir embora. Enquanto nos despedíamos, na porta do bar, ele reapareceu. Pensamos: "Agora já era! O tio vai querer levar a loura em casa! Já pensou?" Mas o tio já estava assediando outra loura e nem nos viu. Fomos todos embora na mais perfeita paz.

E foi assim que as louras ganharam um fã e que uma figura desconhecida conseguiu aparecer em praticamente todas as fotos que tiramos. E, pode ter sido mera coincidência, mas o cartão de memória da câmera deu problema e perdemos todas as fotos. O tio queimou nosso filme...

Um comentário:

  1. Huhauhauhauahua...

    Muito bom!!!! Qualquer semelhança com a loura que escreve este comentário será mera coincidência!!!!! kkkkkkkkkkkkkk...

    A-DO-RO!!!!

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